terça-feira, 28 de dezembro de 2010



 Sentada. Procurando um futuro que não existe. Juntando a esperança que eu nunca tive para ver se restou ao menos um pouco. O que significa a palavra desistir? Quais são as características da desistências?
 Qual é o sentido de tanta brutalidade vívida que leva o ser a não ser mais nada? O que nos espera e o que esperamos? Por que sempre tem que haver conflitos?
 A rotina é o cansaço de viver, é a entrega e esquecimento do que queríamos ter vivido. Entre os erros e os fracassos existem os suspiros, de arrpendimento. E a contraversão de que se não tivesse sido assim não seria assim, não teria essa parte boa. O que prefereria?
 O mal de nunca saber e a inquietação de querer saber. Conversas imperadas pelos "se's" em meio ao nada que não é. Manipulação de sonhos. O que você pode e não pode, o que você deve e não deve. A culpa por querer o que te ensinaram a não fazer.
 A dor no olhar por um sofrimento imaginário, a mente que torna o ser demente por não ser capaz de compreender. O futuro. Puro futuro, que não é e pode chegar a não ser. A tensão de continuar no "se" e no "por que". A eternidade se torna eterna demais. O tempo parece sufocante. É maçante querer. E  só é maçante por nunca se ter. A necessidade de soluções instantâneas quando só precisava de um pouco de apoio e compreensão. Perdão.

C O N F I S S Ã O

Querer ver, tocar, sentir.
Querer meu corpo no seu
entrelaçado, quente, vivo.
A saudade corta o início da noite
que não te trouxe a mim.
Não, nao estava acostumada a isso,
mas a gente se acostuma tão rápido.

E não sai dos meus pensamentos
teu toque e tua boca
e meu gosto na tua boca
e você em mim.

E a esperança que o mundo acabe
que tudo desabe
enquanto tenho você e tens a mim.

O querer assusta,
                                                             e como assusta
                                                             e como quero você
                                                             e me entregar a você.

                                                           O perigo é límpido e vívido
                                                           de te querer sempre comigo
                                                           que me desperta e me leva aos sonhos
                                                           que me confunde, engana e desengana
                                                           e que nunca tinha parecido tanto
                                                           com o amor.





  O passado sufoca, não por arrependimentos ou culpa, mas por julgamentos alheios. A eterna frase do "eu nunca faria", a eterna superioridade. A teia de observações inócuas e superficiais, o encadeamento do "eu acho", a primeira pedra, e a segunda, e a terceira, e todas as outras.
 Quem você nao vê, te vê, te grava, te julga, tenta entender e esquece de entender a si e não aos outros. Como ficou gravado em "Alice no País das Maravilhas" se cada um cuidasse da sua própria vida o mundo giraria mais rápido. Se fosse ou se não fosse, se tivesse sido, na história e na vida não existe "se". Não há raiva, nem culpa. O que sinto realmente é pena. Pena das conversas de elevador, pena das discussões de supermercado, pena das intrigas e principalmente pena de quem se entrega a isso.
 Não, não, isso não é vida para mim. Todas essas faces mascaradas, insossas, todas essas pessoas de vida sem graça que só se ocupam da vida dos outros. Todas essas pessoas que não sabem amar, só sabem fingir e martirizar amores egoístas, buscando algo que nem sabem e não obtendo nada, nem paz, nem felicidade.
 Pandemia de atuação. Novela, novena, peças, teatro. A tragicomédia que apenas esmaga, maltrata e destrói. E os loucos são aqueles que não se entregam a loucura.  Caos, bagunça, insanidade. Prefiro o abismo, sem confronto e sem atuação.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Passagem...





Não é que eu não queira
não é que eu não goste
é que tudo isso é mais forte
do que você possa imaginar
Passei muito tempo
vivendo por aí
e de tanto viver, me esqueci
de sentir
Desculpe mas é a verdade
todos se cansam de mim
Esse meu pessimismo que invade
e em tudo põe fim
é a minha dor, perdição
companhia nas minhas noites de solidão
mas mesmo com todas as feridas
é também minha salvação
É isso, é tudo, é a vida
promíscua, árdua e cruel
não me peça para mudar
você pode não acreditar
mas meu coração é fiel
Vou levar tua lembrança
para onde quer que meu corpo vá
quem sabe daqui alguns anos
me arrependerei de tudo que fiz
mas por enquanto, me perdoe
mas não posso ser feliz.

sábado, 9 de outubro de 2010

Vegetação


 Não vivo. Apenas respiro descompassadamente enquanto os dias passam. Não vivo. Minha existência não passa de fortes contrações do diafragma.
 O que é isso? Por que isso? Tenho sonhos e pesadelos, pesadelos e sonhos, só pesadelos, não sei. Gosto deles, apesar de raramente dormir. Ou só me acostumei. Não sei.
 Mortos não sonham. Talvez eu não tenha morrido, talvez seja só a falta de horizonte no infinito. Se é que há o infinito. Não sei.
 Não sei se sou feliz em não saber ou infeliz por querer saber. Eu não sei de nada. Mas sei que seria preferível morrer de verdade que morrer em vida. Eu não suporto mais. Não, não suporto mais.
 Eu quero sumir, expirar, para aprender a respirar livremente, talvez contente com o que o mundo pode dar, que besteira, o mundo só oferece dor, dor e regra, dor e mais e mais e mais dor.
 Eu posso ouvir a satisfação nas vozes ao cochichar as desgraças acontecidas. Eu posso.
 Eu cheguei no limite. É eu tenho um limite. Eu que odeio limites. Cheguei no meu limite de viver. Morfina ajuda? Acho que nada ajuda mais. Acabou.
 Fim.
 Já posso ouvir a excitação nos cochichos.

À VOCÊ



Porque eu abraço e beijo o mundo,
é o que se faz com quem se gosta.
Por querer a felicidade de todos
esqueci a minha
e todos ficamos infelizes.
A escolha errada, sempre.
Eu não podia entender que o melhor era me afastar,
e agora não tenho mais seu ombro para chorar.
Você me entenderia, eu sei.
Só você confiava em mim como ninguém jamais pode.
Como é triste não poder te ouvir
falando para mim que tudo vai passar,
que um dia vão entender.
Não vão.
Mas você entenderia.
Você sempre entendia.
Ah! Me perdoa!
Me perdoa, eu não posso me perdoar.
Eu tenho mesmo que crescer?
Não posso sem você.
Não há força.
Não há herói.
Não há céu.
Me leva para você...
Entendo seu limite,
entenda o meu.

Vertigem


 É preciso morrer de vertigem, todos os dias. Mas isso não quer dizer que há renascimento. Vertigem. Caos. As luzes que brilham quando se fecha os olhos. Faíscas. Fogo. Vertigem.
 O arrepio do sopro, o calafrio. Tudo é sensação. Perdição. A emoção de perder-se sem se encontrar, a conformação de nunca poder se olhar. Contato. Necessidade do absurdo, mudo, frio, quase congelado, no tempo que não se teve, não se ateve. Infeliz.
 Submersão. Redenção a si, por si, por não poder ser que se é, por não querer ser que se quer, por não acreditar que se crê. Vontade, vontade, vontade. Fome de poder, de poder ser livre.
 Liberdade, liberdade, liberdade, liberdade de viver toda a fantasia vertiginosa da perdição na sensação das faíscas transformando em fogo o corpo. Corpo. Ardendo.
 Como um insulto cego que ecoa no abismo da vida que se tem, que se segue, que se atreve, leve, esculpida, frágil, quebradiça, reconstituível, segura, promíscua.
 Complexo paradoxal da transparência suja da alma inata, na oblíqua dissimulação do ser que se adapta a não ser. Vertigem. O túnel escuro do inimaginável. Sem luz. Penumbra.
 Perambula e entende o contexto do ser demente ser descontente em haver e contente em viver, ou suportar. Tentar. Enfrentar. A vertigem.




Saber



 Todos sabem onde dói. Em si e nos outros. Todos sabem onde há feridas abertas. Em si e nos outros.
 Eu sou toda ferida, toda dor. No corpo. E além do corpo. Sou toda tremores, tenho medo. Tenho em mim a convulsão - não convulsiva - de me esconder e me aninhar, no lugar que não é seguro, não é escuro. Vou me acabar.
 A realidade do desatino, do lixo, a hipocondriaca mania de me destruir me mantendo. A vontade delirante de sumir, sucumbir nos meus desentendimentos.
 É doce, é voraz, é mortal, intoxicante. A transparência opaca do ser irrelevante, da sujeira e do pó, do uivo cortante. A fraqueza de ser forte, e entregar-se de bandeja a própria sorte, sem medo verdadeiro da morte, mas temerante da extinção da memória.
 Um sonho. Uma história. Sem alguém para ler. Sem alguém para contar.
 A tristeza de viver no submundo que é o mundo. A tristeza com risos, sem lágrimas. Mais vazia que a solidão. A insignificância de ter que obedecer e seguir, são regras sem confissões. A busca pela exceção.
 Medo, medo, medo.
 Escuridão.
 Não sei, não sei de nada, mas sei que todos sabem. cada um com a sua dor, que parece ser a maior do mundo, cada um com seu peso, com seu gosto, amargo e profundo.
 Todos sabem.


Morri.



 Há tempos não fazia um dia tão lindo, céu nublado, chuva forte, vento frio. Há dias que não lia com tanto afinco, há dias que não mergulhava nas palavras e delas não saia mais.
 Sentada, no banco gelado e com o vento no rosto, Clarice Lispector roubou minha alma, meus suspiros, meus pensamentos. Roubou-me o tempo e o espaço.
 Não sabia mais meu nome. Não sabia mais onde estava, não sabia mais o que queria, não sentia mais o mundo.
 Era triste e solitário, era melancolico. E melancolia corrói. Era simples, era puro, era compreensível. Era todo sabor mesmo que fosse acre, era todo sentidos mesmo me entorpecendo, era todo barulho mesmo que o silêncio, o silêncio...de tão leve pesava.
 O devaneio para além do mistério, mistério de nós mesmos, mistério da dignidade indigna de ser "sujeita a julgamento".
 De repente voltou-me a noite, as árvores, as pessoas no ponto de ônibus, os carros, e meu ônibus que passou e me deixou para trás. Tudo bem. Clarice estava comigo, em meu peito, em minha mente, na alma. Tocava-me.
 Peguei outro ônibus, andei, na companhia de um pequenino bassé que me seguia. A noite sem lua. A noite sem Ixtlan.





segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A máquina que move o mundo.




 O que move o mundo não é energia nem amor. O que move o mundo é o egoísmo.
 Ninguém pensa no bem do outro, pensa apenas em si e mascara isso, com sonhos, promessas e delírios. É tudo libido. Desejo de ter, de ser ou estar. Desejo de desejar.
 As pessoas são tristes, solitárias e vazias. E isso é tão difícil de aceitar, assim continuamos pensando que a grama do vizinho é realmente mais verde.
 As pessoas se matam por egoísmo, constroem impérios por egoísmo, conquistam sonhos por egoísmo, amam por egoísmo.
 Tudo que se faz tem a raíz no centro do ego, o mundo é um universo paralelo ao nosso mundo interior. É o espelho dele. Por isso é um caos.
 Para quê se sacrificar tanto? para quê se mortificar tanto? Por egoísmo. É por querer 70 virgens que homens-bomba se explodem, é por querer os céus que se paga o dízimo, é por querer dominar o mundo que se busca conhecimento, é por querer fama que se torna artista, é por querer se ver livre que suicida. Todos egoístas.
 Eu, você, nós. E quando o ego é ferido vem a dor e a irremediável sensação que ninguém se importa com você. Os seus sonhos idealizados escoam e ecoa em sua alma a falta de alguém, e esse alguém é você mesmo. Ideal só existe no mundo das idéias. Um dia talvez possamos calar nosso egoismo.
 Um dia talvez dominarei meu egoísmo e minha infantilidade, quem sabe, ou não. Quer saber? Foda-se.


Muito...



A vida pode ser muito...
muito a suportar
muito a esperar
muito a querer
muito a sentir
muito a fazer
muito a pedir
muito a pensar
muito a decidir
muito a viver
muito...

A vida pode ser tanto
tanto que te leva a desistir...
A abandonar-se a tudo que conseguiu
e aguentar o peso de nada ser suficiente.

Deixar-se levar
pelo tédio insuportável
que te leva a ver que,
indubitávelmente,
todos os dias
e todas as pessoas
são, exatamente, iguais.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Palavra


 O que me resta é escrever, pois não há mais nada no mundo que me encante ou me dê prazer como a palavra.
 As palavras mudam vidas, constroem impérios, carregam o mistério da verdade. Revelam segredos, trazem a tona sentimentos, destroem o que é indestrutível.
 A simples palavra age por caminhos indecifráveis, libertam e aprisionam a alma, enganam e esclarecem. A palavra é tão paradoxal quanto a própria vida, o próprio sentimento, o próprio conhecimento do eu que nao sabe quem sou eu.
 A palavra é a escultura mais perfeita, que pode ser vista de variadas formas, dependendo do olhar de quem admira o quadro. A palavra muda dependendo do tom de quem a canta, por isso é tão vulnerável, bela, decidida e profunda.
 A palavra leva à reflexão, à contestação, à busca pela essência e pelo essencial. Atravessa os séculos, imortal e indolente, displicente e inconsequente, banalizando e concretizando ritos, mitos, criando vertentes.
 A palavra é palavra por si só, comungando todas as fontes de significado. Ela se escolhe, ela se encaixa, se entrelaça, se esconde e se mostra, gerando dúvidas, deixando claro idéias, confrotando-se.
 A escrita foi o resultado da procura do ser pelo próprio ser, e a falta de respostas resultou na arte, que em si já é a resposta para todas as angústias por ser a mistura perfeita de dor e prazer com uma pitada de sonho e a fiel esperança de explicar o inexplicável.

LIMITAÇÃO

 Tento me entender, tento me explicar. É inútil. Ouvi vários adjetivos, várias definições, nada se encaixa em mim, nenhuma transparece o que sou.
 Talvez porque eu seja apenas a inconstância que se alimenta do seu próprio sofrimento e solidão, que tem sede dos seus medos, medo dos seus vícios e é viciada nas suas mudanças.
 Talvez porque eu goste dos meus risos misturados às minhas  lágrimas, talvez porque eu goste dos opostos, ou porque eu venere o que o mundo tem de pior.
 Ou talvez não seja nada disso. Ou talvez o nada seja tudo o que eu sou. Ou talvez eu não seja nada.
 Talvez seja tudo ilusão. O mundo seja ilusão. Eu seja ilusão.
 Talvez nada precise ser entendido ou explicado, porque tudo é a mistura de tudo mesmo refletindo apenas algumas faces. Ou nem isso.
 Talvez eu devesse parar de pensar e devesse aceitar as coisas como são só por serem e nada mais. Porque talvez não exista nada profundo, nada especial.
 Talvez seja simplismente assim, nascer, crescer e morrer e eu deva assumir minhas obrigações como filha e cidadã, futura esposa, futura mãe, futura trabalhadora, e apenas tentar me tornar uma brasileira de bem respeitável.
 Não, alguém me disse que a frase "estou aqui para somar" não é meu perfil. Talvez eu continue eternamente essa batalha com os meus demônios. De qualquer forma não me vejo discutindo sobre o aumento do preço do açucar, nem acompanhando todos os jornais pra saber se descobriram mais algo sobre o último assassinato.
 De qualquer forma não me vejo com uma carreira estável, uma casa, um carro, um marido mais ou menos e alguns filhos para educar.
 Não me vejo representando o papel de mulher feliz na ceia de Natal.
 Não sei para o que nasci, nem se nasci para alguma coisa. A única coisa que eu sei é que eu não quero aquilo que chamam de uma vida estável normal (com direito à viagem à praia uma vez por ano).
 Por enquanto só quero o vento, a noite e a poesia. Um pouco de álcool para alegrar minhas entranhas e, permeando a minha solidão, algumas visitas.

...E eio..






 As luzes se apagam
e as palavras se calam
na virtude de um erro.

 A virtude de não ter virtude,
e se ver cavalheiro errante
prisioneiro de sua loucura.

 No entrelaçamento do comum:
um subterfúgio.
 A esperança, leve e louca, de ser diferente
sendo igual.

 E poder cair no senso banal
de não ter culpa
e de ter prazeres.
De poder sucumbir a si próprio
Perdido no seu próprio devaneio.

 E poder seguir
e continuar.
 Sem ter onde chegar,
sem tempo,
sem medo,
sem receio.

...Acontece...



 Parei naquela praça, para mais uma dose do meu veneno diário, mais uma prestação do meu suicídio e fiquei olhando toda aquela gente, indo de um lado para o outro, descendo e subindo. Para onde seguiam?
 Os mais jovens me faziam imaginar quais aspirações tem na vida, quais eram seus sonhos, suas metas, seus medos. Os mais velhos me entristeciam com as rugas dos sonhos que ficaram para trás. O que teriam perdido?
 Então, imersa nesses devaneios tolos, vindos de nenhum lugar e indo para lugar algum, surgiu um cachorro. Sim, um cachorro desses que vivem abandonados pelo centro da cidade, se alimentando de restos e bebendo a água suja das enxorradas.
 Sim. Era apenas um cachorro. Sozinho. Até que apareceu uma senhora, beirando seus cinquenta anos, e trazia consigo duas sacolas. Sentou-se em um banco próximo e chamou o pobre animal (por um nome que não me recordo) e ofereceu-lhe o conteúdo das sacolas. Comida.
 O cãozinho não aceitou o agrado mas enroscou-se nos pés dela como uma criança que a muito não vê a sua mãe, e ela lhe dirigia a palavra com a preocupação que se tem com um filho. Depois de algum tempo ela se foi. Ele foi fazer seu desjejum.
 Para mim ficou uma pergunta, qual dos dois se sentira mais feliz com o encontro? Ou, apenas, qual dos dois se sente mais sozinho?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dizem

 Dizem que sou louca, que não me importo com nada e que meu comportamento é autodestrutivo. Dizem que eu deveria ser mais discreta, que eu devia pensar antes de fazer, que eu devia me preservar. Dizem que eu sou mau caráter, baladeira, que só gosto de farra e sou infiel. Dizem um monte de coisas sobre mim, todos tem razão, todos estão errados.
 Eu não sou maluca, o mundo que é. Eu me importo com as coisas, mas vivo no meu próprio tempo. Meu comportamento não é autodestrutivo, só tenho vícios prejudiciais e insatisfatórios.
 Eu não preciso ser discreta, nem preciso pensar, muito menos me preservar. Não nasci para me esconder atrás de máscaras, não nasci para fazer tipo de boa moça, nem nasci para gostarem de mim ou me admirarem.
 Estou no mundo para vivê-lo, senti-lo e curtir tudo aquilo que ele pode me oferecer. Então não me venha com seus julgamentos pré-moldados de boa conduta, não me enquadre nos seus conceitos de certo ou errado, não me diga que irei queimar no fogo do inferno pelos meus pecados.
 Minha pele já queima com teu olhar hipócrita, com sua necessidade exarcebada de conter seus desejos e controlar seus impulsos. Meu corpo já inflama com a minhas vontades, e minha breve vida será  sim gasta pra saciá-las, porque deste mundo, meu bem, a gente não leva nada.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma Música!



 Certa noite me mandou uma música e me perguntou como eu me sentia. Ouvindo aquela música me sinto como uma criança cheia de sonhos e esperanças. Ouvindo aquela música relembro pequenos momentos de felicidade. Ouvindo aquela música me recordo de cheiros, gostos e sensações. Ouvindo aquela música sinto a leve impressão de saber quem sou. Eu posso tudo, ouvindo aquela música.
 Mergulhado na melodia e me perdendo na letra eu posso ver o céu azul com esparsas nuvens brancas, eu toco nas margaridas e observo o movimento dos girassóis, eu corro incansávelmente do nada pra o nada, respirando sem precisar de nenhuma ilusão. Enquanto percorro os acordes as borboletas pousam em minhas mãos. Tudo isso acontece enquanto estou ouvindo aquela música.
 Eu percorro o passado e me lanço no futuro e me esqueço do pesado e sufocante presente. Ouvindo aquela música eu controlo a máquina do tempo, eu traço o meu destino, eu encontro o paraíso, eu tenho paz. E tudo isso é tão viciante que não paro de ouví-la mais.










"This world can really be too much



I can't take another day



I guess that I've just had enough



My minds slipping far away



I'm falling in and out of touch



Could someone please explain?"

...Desliga-me...





O que fazer quando você sente que já viveu tudo o que tinha para viver?

 O que fazer quando você já não sabe se a loucura é sua ou é do mundo?

 O que fazer quando você já não sabe mais o que quer ou o que deve fazer?

 A vida se assemelha a um turbilhão de sensações que me levam a devaneios com essência de medo, entre o calor e o frio, entre a verdade e a mentira, entre o real e o irreal, de forma que a fantasia e a realidade formam a simetria de uma mesma face.

 Tudo é tão efêmero e imutável, com a distinta capacidade de repetir-se em variadas formas, e eu já cansei de tanta repetiçao. Não sei se é o mundo que não tem lugar para mim ou se sou eu que não me abro ao mundo.

 Tantas coisas já se passaram, tantos risos e tantas lágrimas, já senti o suficiente, não há mais nenhuma experiência que eu queira viver, a não ser as que oferecem riscos extremos.

 Se um dia compreenderei ou serei compreendida não sei. Por enquanto quero só me desligar. Ninguém mais se cansa de viver? Ninguém mais se cansa de se mostrar e se esconder? Ninguém mais?

 Todos ainda tem esperança? Eu já não consigo mais imaginar que tudo algum dia poderá ser diferente. Por agora, tenho apenas um pedido: desliga-me.


domingo, 1 de agosto de 2010

...



Fechar os olhos e ver seu rosto
em minha língua o teu gosto
no meu corpo o seu suor.

A sua voz, minha melodia
teu cheiro, minha companhia
inebriando tudo ao meu redor.

Em minha mente a sua imagem
confrontando a minha vontade
de ser para sempre, sempre nós.

E pensar que tudo o que existe
é minha imaginação, sozinha e triste
a sonhar...
com o toque da tua boca
que chego até a ficar louca
com a distância entre nós.

Me nego a ver a verdade
de não conhecer-te na realidade
conhecendo bem como eu só.

terça-feira, 27 de julho de 2010

 A verdade mora dentro de nós e cada um sabe pelo quê vale a pena viver. O que temos a oferecer é o que nos volta em retribuição, buscamos o próprio sofrimento com os nossos erros.
 Deturpamos o que interessa ao valorizar mesquinharias e fugimos dos nossos sentimentos ao utilizar máscaras, nosso egoísmo já nos tornou enfadonhos e nossa insegurança já nos fez perder demais.
 Tudo o que ocorre transformamos em um jogo, vemos como se tudo se tratasse de ganhar ou perder, nossa visão tornou-se demasiadamente limitada e quanto mais achamos nos desvencilhar das lágrimas, mais nos afogamos nelas.
 Sentir tornou-e sinônimo de ousadia, precisa-se de muita coragem para se jogar, estamos sempre nos protegendo, nos mitificando, nos tornando totalmento o oposto do que queríamos.
 Estamos sufocados pelas barreiras que nós mesmos criamos, sufocados pela nuvem negra que inventamos para ocultar tudo o que é bom.  Somos incapazes de enxergar além porque já não conseguimos nos olhar nos olhos.
 Funcionamos de acordo com o mundo, como máquinas programadas. Não mais vivemos impelidos pelos sonhos e pela chama. O calor se dissipou.
 O milagre da frieza que leva a prosperidade baniu o fogo no nosso espírito que nos dirigia à alegria.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Frase da noite....

'' Só chegamos a algum lugar quando sabemos aonde ir, se não sabemos já estamos onde deveríamos estar.''

Caminhos


Destino. O que seria da vida se soubéssemos o que iriamos encontrar a cada esquina? Estaríamos assim reparados para tudo ou ainda sofreríamos com a mesma intensidade as dores da perda ou ainda continuaríamos agindo da mesma forma frente a uma louca paixão? Sentiríamos todo o ardor do desejo e o amargo da derrota? Se tudo estivesse cuidadosamente traçado, que graça teria?
 A vida é uma sucessão de caminhos tortuosos e arenosos, cheia de rios, pontes e pântanos, onde às vezes conseguimos ir em frente, às vezes afundamos e às vezes contornamos, mas acima de tudo a vida sempre nos oferece várias direções.
 Claro que nunca sabemos para onde seguir, nunca sabemos o que há do outro lado, e pior do que isso - o que nos deixa totalmente ensandecidos - nunca saberemos o que poderia ter acontecido se tivéssemos pegado outras direções.
 E daí vem tantos arrependimentos, insatisfações, confusões. A mente vira uma bagunça insana e a vida, a vida torna-se uma tormentosa tempestade.
 Nada dá certo, você oferece o melhor de si e nunca recebe nada em troca. Não é para dar certo. A vida não é a felicidade, nunca foi, nunca vai ser. Você sente que está vivo a cada dor, a cada perda, a cada lágrima, a cada riso, a cada toque, a cada dia. Nada disso é para sempre. Nem a dor e muito menos a alegria. Nada perpetuará a eternidade, cada acontecimento é singular em sua pluralidade. Somos todos efêmeros e jovens demais para nos lembrarmos disso.

Amor

De uma forma ou de outra, não importa a raça, a crença ou a opinião, estamos todos em busca de um complemento. Estamos sempre em busca de alguém que se importe conosco, que nos guie, que nos dê suporte, carinho, consolo, e durante nossa jornada encontramos muitas pessoas que nos oferecem isso, oferecem-nos suas vidas, seu corpo e sua alma.



Porêm o amor é visto como algo estável e eterno tanto quanto um diamante, e jogamos as turbulências para a paixão. Mas uma relação não é preenchida só pela paz, relações implicam conflitos, discussões, defeitos, erros. A vida infelizmente não se encaminha para um cenário de primavera com os dizeres “felizes para sempre”, pois na vida a primavera não é eterna, ela é sucedida pelo verão, outono e inverno. Por isso, ao fim de uma relação muitos dizem: ”- achei que era amor, mas era só paixão.”


Por que não era amor? Por que não saiu como o planejado? Por que não suportou os erros? Por que não teve perdão? O que sentiram deve ser menosprezado por que não foi eterno? Não, não é isso que penso. O amor deve ser visto nos olhos e aproveitado a cada segundo, deve ser demonstrado de forma que cada toque seja uma lembrança, o amor vem do carinho e da compartilhação. Mas nem por isso o sentimento é para sempre, senão não falaríamos no primeiro amor, seria apenas o único. Amamos aqueles que queremos ver felizes, mesmo que a felicidade destes não esteja em nós. Isso é amor.

Eternas são as lembranças.




"Não existe um amor feliz."
do livro: O amor é só uma palavra
de: J. M. Simmel

sábado, 10 de julho de 2010

Plenitude

 Quatro horas da manhã e eu aqui pensando na vida, nas pessoas, nos relacionamentos. É tão misterioso o modo como alguém desperta nossos sentimentos. Como explicar o que se sente? Como demonstrar isso?
 Nossa vida é definida nas nossas relações ou na ausência delas, e quantas chances disperdiçamos, quanta coisa errada fazemos por não sermos suficientemente capazes de lidar com aquilo que temos de melhor.
 Brigas vãs, palavras mal interpretadas, ações incompletas, levam-nos a perder pessoas que nos fazem felizes, mais completos, que realmente dão sentido a nossa vida. Sentido sim, não significado, sentido na questão de nos fazer sermos nós mesmos, sem dissimulações, sem defesas, sem ter que ficar incansavelmente à procura de um porto seguro.
 E a vida é tão breve. Quantos de nós deixamos de falar, deixamos de fazer, deixamos de ajudar e então a pessoa se vai, de uma forma que nunca mais poderemos voltar a vê-las, e as palavras, os carinhos, os beijos e abraços ficam suspensos no ar, sem serem ditas, sem serem dados, sem serem trocados.
 Nosso tempo é tão curto e temos medo de sentir porque nos habituamos a acreditar que após o amor - ou junto com ele - vem a dor. Tem que ser sempre assim? Tudo que nos toca a alma deve ser carregado de espinhos?
 Queria que tivessemos coragem de sentir, de amar, de nos entregar a todos os tipos de amores, de mãe, de pai, de irmão, de homem, de mulher. Pois o que há de mais sincero no mundo se não é a preocupação sem interesse? O que há de mais belo se não é o cuidado? O que há de mais puro se não é o sorriso desinteressado? Não seria esse tipo de gesto que classifica nossa raça como humanidade?
 Então por que temos medo e deixamos as pessoas irem e virem como se não nos importássemos? Por que? Quando o calor humano deixou de ser nossa principal fonte de vida?

domingo, 4 de julho de 2010

Frase da noite

 "O tempo tem uma ordem tão grandiosa que só é exatamente marcado pelos loucos, pois eles sabem que o tempo não necessita de marcação."

Six Feet Under


 Six Feet Under (À Sete Palmos) é uma premiada série de televisão que gira em torno da família Fisher (donos de uma funerária - que funciona dentro da casa dos mesmos), dos seus clientes e das pessoas com as quais se relacionam.
 O impressionante da série é como conseguem retratar os dramas, medos, alegrias e dúvidas que todos nós temos. O fascinante é como mostram a fragilidade da vida real, através dos personagens, em todas as
idades, gêneros e cores.
 As histórias tendem a ser impactantes, pois vemos - nua e cruamente - fatos que ocorrem todos os dias e que nós ignoramos, seja porque não aconteceu conosco ou por outro motivo qualquer. Vemos na tela a hipocrisia em que estamos imersos, o quanto as pessoas são capazes de machucar com palavras e ações - seja sem pensar ou simplesmente por diversão.
 A mistura homogênea de vida e morte, lágrima e riso, alegria e tristeza, leva-nos a refletir o quanto damos importância para coisas imbecis e o quantos nos esquecemos do que realmente importa. Companheirismo, sentimentos, liberdade, confiança, momentos...tanto há para se aproveitar e teimamos em morrer como miseráveis.
 Precisamos renascer, abrir os nossos olhos para a felicidade que nos envolve e enfrentar e aceitar melhor as dificuldades que a permeiam. Aceitar e respeitar as diferenças, porque na verdade o que todos queremos é a felicidade.
Por que insistimos em não deixar os outros serem felizes? Por que insistimos em não fazer os outros felizes?...




"Temos que morrer para que a vida seja algo importante"

Nathaniel Fisher Jr. - Six Feet Under

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Frase da noite

"A vida não é composta por causas, ela é o resultado das consequências"
"Um dia ainda me lanço e alcanço o infinito de um abraço um laço apertado e profundo e amasso em descompasso a solidão do mundo porque eu tenho a vastidão do orgulho porque não é preciso que você venha comigo este é o meu caminho e eu vou fazê-lo sozinha."


Uma poesia...



Foram-se os sonhos,
mas os meus devaneios continuam aqui.
Por vezes mais vivos que eu,
por vezes com mais vontades que eu,
e agora mais fortes que eu.

E o mundo gira,
mas eu permaneço parada, estagnada,
nos mesmos erros.

Pois os fantasmas,
belos fantasmas do passado que,
outrora fizeram-sorrir,
hoje fazem-me apenas penar,
em um círculo loucamente vicioso,
misturando o prazer e o choro
enchendo de culpa o ardor.


Traga!



 Traga! O sopro da vida. Que vida?
 Traga! Arde o pulmão, tô meio sem chão. Traga! Traga! O ar se foi. Traga! Quem precisa de ar?
 Traga! Do riso à lágrima, da lágrima ao riso. Traga! Quanto sorriso, risada, dói, dói, arde o diafragma. Traga!
 Traga! Para com essa fumaça!!!
 Trago e não paro! Não quero, não posso, eu preciso.
 Traga! Porque não quero ouvir "eu te amo". Traga! Mas espero ouvir "é benigno". Traga! apaga.


The Libertine

 Observar as pessoas é algo realmente decepcionante, a forma que julgam, a forma que agem, a forma que se contem ou como são capazes de fazer certas coisas, todas essas normas sociais nos deixam por tempos tão confusos que somos obrigados – e todo mundo faz isso um dia na vida – a parar e refletir em como queremos morrer.
Ah sim! A morte! Palavra deveras assustadora, o ser humano tem por tradição viver como se nunca fosse morrer e morrer como se nunca tivesse vivido.
Foi exatamente isso que pensei com esse filme, pensei sobre a minha morte. Convido-os a vê-lo e refletir comigo.





O Libertino conta a vida de John Wilmot, conhecido como conde de Rochester. Ateu, poeta, alcoólatra, casado e detentor de muitas amantes. Amado, odiado, invejado, exaltado e humilhado, tantas reações a uma pessoa só, parece até mentira.
Viveu desregradamente, cheirando a álcool e sexo, libertino, sedutor, honesto. Não agia de forma a agradar as pessoas, nem ao seu amigo: o rei. Vivia somente, via a malícia até naqueles que a escondia em seu pudor. Criticou sem pensar nas conseqüências, aliás, fez muitas coisas sem parar para pensar nisso, e isso foi o seu pezar.
Vocês sabem, não são todas as verdades que são para todos os ouvidos, mas ele, ele não ligava para isso.
Sua historia faz refletir sobre o que é vida, o que é viver, o que é pleno. Seria aproveitar tudo que nos é oferecido deliberadamente? Ou seria mais certo controlar nossos impulsos e garantir a velhice? Então temos uma encruzilhada, viver muito e morrer como um santinho que seguiu as regras ou viver pouco, porém viver?
Não, não são só essas perguntas que pairam na minha mente agora, madrugada adentro me pego pensando o que é viver realmente? É só aproveitar os prazeres do corpo, da carne, dos sentidos palpáveis ou viver seria sentir o que é inexplicável?
John Wilmot conheceu como ninguém os prazeres que nos provocam os sentidos, ele seguiu seus impulsos e provou suas dores, mas um dia ele conhece aquele sentimento que por respeito as minhas convicções eu não o denomino e disse a Lizzie que nunca a perdoaria por tê-lo feito gostar da vida.
Talvez a vida seja apenas o misto de prazer e dor, algumas dores trazem prazer e na hora que sentimos prazer nossas feições faciais se assemelham as feições tomadas na dor. É triste pensar dessa forma, que não há verdadeiramente uma felicidade plena, a vida – como me disse meu menininho certa vez – é um paradoxo, um misto de duas faces totalmente opostas, e quem sabe a nossa vida seja somente encontrar o equilíbrio.
John nem se deu ao trabalho de procurá-lo, mas como o próprio diz “Toda experiência tem seu preço”, cabe a cada um de nós decidirmos o preço que queremos pagar, cabe a cada um decidir se realmente quer tentar atingir o equilíbrio, e se não quiser, decidir para que lado irá pender: Yin ou Yang.
A tão sonhada felicidade parece apenas mensão de tolos, pois se a vida é composta por tais paradoxos é impossível sentir a alegria sem a tristeza, impossível sentir-se completo sem antes sentir o vazio, e vice-e-versa. John pode ter nunca sido feliz em seus extremos, mas quem aqui já foi feliz?
Chego assim em uma humilde conclusão: só sofrem aqueles que buscam ou sonham com a felicidade, pois quem não a procura não se desilude e o que é o sofrimento senão a desilusão de não ver suas vontades concretizadas?








"Serei um cão, um macaco ou um urso,
Tudo menos aquele animal vaidoso
Que se vangloria tanto de ser racional."
(John Wilmot)

...

 O Sofrimento e a felicidade são ilusões. Nunca percebeste que quando você consegue o que quer o sabor acaba? A magia se dissipa, é como se tudo tivesse acabado.
 Eu consegui! Eu consegui! Você grita. Mas e daí? E agora?
 A vida deve ser somente a escada, quando se chega ao topo não há mais o que subir, o que lutar por, o que sonhar, o que viver.
 Por isso a vida é complexa e viver é difícil. Não há contentamento, não há o "suficiente".





"A realização dos seus sonhos pode ser seu pior pesadelo"

PESSOAS...

Engraçadas são as pessoas. Cada uma singular na sua pluralidade. Cada uma cometendo seus próprios atos partindo de um conceito comum. Chamam isso de personalidade.



Trágicas são as pessoas. Condenando uns aos outros e inocentando-se dos mesmos erros. Chamam isso de exceção.


Fáceis são as pessoas. Admirando no outro aquilo que lhes faltam. Chamam isso de dom.


Loucas são as pessoas. Invejando aquilo que não as pertencem e que em suas pequeninas mentes nunca poderão lhes pertencer. Chamam isso de sorte.


Levianas são as pessoas. Atiram-se nos mesmos erros sem perspectiva de mudança. Chamam isso de caráter.


Preguiçosas são as pessoas. Reclamando muito e fazendo pouco. Chamam isso de atitude.


Crédulas são as pessoas. Sempre culpando outros pelas suas próprias desgraças. Chamam isso de inocência.


Mágicas são as pessoas. Sempre fazendo aquilo que já era esperado. Seguindo religiosamente o traçado do caminho "natural". Chamam isso de vida.