O passado sufoca, não por arrependimentos ou culpa, mas por julgamentos alheios. A eterna frase do "eu nunca faria", a eterna superioridade. A teia de observações inócuas e superficiais, o encadeamento do "eu acho", a primeira pedra, e a segunda, e a terceira, e todas as outras.
Quem você nao vê, te vê, te grava, te julga, tenta entender e esquece de entender a si e não aos outros. Como ficou gravado em "Alice no País das Maravilhas" se cada um cuidasse da sua própria vida o mundo giraria mais rápido. Se fosse ou se não fosse, se tivesse sido, na história e na vida não existe "se". Não há raiva, nem culpa. O que sinto realmente é pena. Pena das conversas de elevador, pena das discussões de supermercado, pena das intrigas e principalmente pena de quem se entrega a isso.
Não, não, isso não é vida para mim. Todas essas faces mascaradas, insossas, todas essas pessoas de vida sem graça que só se ocupam da vida dos outros. Todas essas pessoas que não sabem amar, só sabem fingir e martirizar amores egoístas, buscando algo que nem sabem e não obtendo nada, nem paz, nem felicidade.
Pandemia de atuação. Novela, novena, peças, teatro. A tragicomédia que apenas esmaga, maltrata e destrói. E os loucos são aqueles que não se entregam a loucura. Caos, bagunça, insanidade. Prefiro o abismo, sem confronto e sem atuação.
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