Quatro horas da manhã e eu aqui pensando na vida, nas pessoas, nos relacionamentos. É tão misterioso o modo como alguém desperta nossos sentimentos. Como explicar o que se sente? Como demonstrar isso?
Nossa vida é definida nas nossas relações ou na ausência delas, e quantas chances disperdiçamos, quanta coisa errada fazemos por não sermos suficientemente capazes de lidar com aquilo que temos de melhor.
Brigas vãs, palavras mal interpretadas, ações incompletas, levam-nos a perder pessoas que nos fazem felizes, mais completos, que realmente dão sentido a nossa vida. Sentido sim, não significado, sentido na questão de nos fazer sermos nós mesmos, sem dissimulações, sem defesas, sem ter que ficar incansavelmente à procura de um porto seguro.
E a vida é tão breve. Quantos de nós deixamos de falar, deixamos de fazer, deixamos de ajudar e então a pessoa se vai, de uma forma que nunca mais poderemos voltar a vê-las, e as palavras, os carinhos, os beijos e abraços ficam suspensos no ar, sem serem ditas, sem serem dados, sem serem trocados.
Nosso tempo é tão curto e temos medo de sentir porque nos habituamos a acreditar que após o amor - ou junto com ele - vem a dor. Tem que ser sempre assim? Tudo que nos toca a alma deve ser carregado de espinhos?
Queria que tivessemos coragem de sentir, de amar, de nos entregar a todos os tipos de amores, de mãe, de pai, de irmão, de homem, de mulher. Pois o que há de mais sincero no mundo se não é a preocupação sem interesse? O que há de mais belo se não é o cuidado? O que há de mais puro se não é o sorriso desinteressado? Não seria esse tipo de gesto que classifica nossa raça como humanidade?
Então por que temos medo e deixamos as pessoas irem e virem como se não nos importássemos? Por que? Quando o calor humano deixou de ser nossa principal fonte de vida?
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