sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Frase da semana

-- E os sonhos não passam a ser realidade quando todos os estímulos evaporam; e os planos não deixam os papéis quando as pessoas que os compartilhavam se separam...

Romantismo





Com você não existe passado
você é o meu futuro
e mesmo com tudo 
juro
serás para sempre por mim amado


Seus lábios são as almofadas
em que me deito
No teu peito gravo
o meu suspiro mais profundo
Por suas mãos encontro 
o meu caminho mais seguro


Sua voz me guia pelo escuro
Em seus cabelos me encontro
com a minha mansidão
Te olho vidrada pelo espelho
e renego tudo que possa acontecer


Desejo o esquecimento de mim mesma
Para me reinventar
Na sombra dos seus olhos
Ao me olhar.

Para Lembrar...




Não sei fazer poesias,
simplesmente escrevo sobre tudo que me vem à cabeça.
Como que para me livrar do peso,
de pensar demais.
Pensar sobre aquilo com que ninguém mais se importa,
pensar sobre aquilo que já foi esquecido,
pensar sobre aquilo que sempre passa desapercebido.
Escrevo para guardar a minha agonia,
de forma que, se um dia eu me esquecer da dor
eu possa lembrá-la como ela sempre foi...
Totalmente minha.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Minha Utopia





 Quero me deitar na grama em um dia de chuva e sentir que isso é vida, que não há nada mais à querer, nenhum problema á resolver.
 Quero que a vida se resuma ao ar que respiro e nada mais. Que cada gesto surja da espontaneidade, sem ter que ser carregado e marcado por consequências.
 Quero ser leve, quero a leveza além da liberdade. Cansei de culpas e responsabilidades. Quero o dia e a noite e quero aproveitá-los apenas porque são, sem sobrepesos.
 Eu, eu quero simplesmente que as coisas sejam exatamente como são, quero livrá-las das simbologias absurdas e dos maus entendimentos.
 Quero que o bom-dia não seja uma obrigação, que o adeus não seja uma despedida eterna e que o eu te amo seja verdadeiro.
 Eu quero que a distancia não exista entre pessoas que se gostam, eu quero que as intrigas não existam para que não possam atrapalhar relacionamentos, que apesar de serem frágeis são essenciais.
 Quero não precisar fingir, quero não precisar omitir, quero não precisar carregar o peso de não ser entendida.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Camarim





 Eu vivo de amores platônicos, de laços desamarrados e árvores sem raízes. Eu vivo do vento que não tem direção, eu vivo da ilusão que preenche o ar de agonia e perdão.
 Vivo do temor do nada e de esperar coisa alguma. Vivo de paixões inatas e de verdades desconhecidas. Vivo de procurar a escuridão para poder enxergar com clareza, vivo das mentiras que me certificam das minhas incertezas.
 Respiro fumaça e tomo banho de lama, me escondo na multidão e me exponho em casa. Me rasgo com risos, me cicatrizo com lágrimas; me cubro de gozo, me deleito de jubilo.
 Me visto de virtude apenas para me despir.





Falta



 Vazio.  Nada sinto e isso é tão estranho para mim. Nada de lágrimas, nada de tristeza, nada de felicidade. Só diversão. Nem culpa. Não há nada. Nada para refletir.
 Tudo está branco e, de vez enquando, rabiscado, como uma pintura moderna ou apenas uma pintura feita à dedo. Com tinta que sai com o ar. Tudo se acaba no outro dia.
 É a falta de futuro, de visão, é só a vida no dia-a-dia sem pensar no amanhã. É o sol que sempre nasce e se põe, é essa a única certeza.
 Falta de sentimentos, oca. A dor sempre passa, só que não resta nada depois da dor. Só diversão sem paixão.
 Se é bom ou ruim, depende do momento, depende da pessoa, da quantidade de álcool e nicotina. E nada disso importa no fim de tudo. O caminho que se percorre só interessa ao seu bel-prazer, o fim dele sempre é a morte.
 Essa é a nossa espera e entrega profunda.

terça-feira, 31 de maio de 2011

 O coração acelera e começa como um misto de angústia e tristeza. Já não como direito, não durmo, e entre um cigarro e outro o coração aperta.
 É como se uma mão esmagace-o, é forte, dói. A cada batida parece que se romperá, e chego a pedir por isso para que acabe logo. Mas o coração não arrebenta, aguenta, e então começa a ardência.
 É puro ácido que corre nas veias, puro ácido. Corrói, se alastra pelo corpo todo que se comprime, as lágrimas descem, o grito sobe à garganta, mas não sai, fica engasgado, envolto no sal lacrimal.
 O corpo range e voltar à posição fetal não reconstitui a sensação de proteção que perdi ao nascer. Ácido e lágrimas. O aperto. Contrações e gritos surdos.
 Nada faz com que isso passe, nada faz que com que a dor acabe. Me desgasta, me consome e depois caio em um estado letárgico, vazio, como se tivessem arrancado tudo de mim. Depois de um breve momento, recomeça, volta o aperto do meu coração.
 Se a vida se torna uma doença, não seria o veneno o melhor remédio?
 O remédio e o veneno se confundem, os dois são um só: a dor que sinto, todo o tempo, e a única solução é deixar o tempo levá-la.

terça-feira, 22 de março de 2011

                                 Deveria dormir enquanto todos acordam?
                                 Deveria piscar enquanto todos olham?
                                 Deveria sussurrar enquanto todos se calam?
                                 Deveria calar-se enquanto todos gritam?
                                 Deveria sonhar enquanto todos se enfastigam?
                                 Deveria entediar-se enquanto todos riem?
                                 Deveria sorrir enquanto todos choram?
                                 Deveria chorar enquanto todos dormem? 


 Noites, belas noites, que outrora me acolhiam na paz do silêncio e inundavam-me de sentimentos fantasiosos que traziam a mágica esperança do amanhã.
 Noite, bela noite de hoje que me invade com angústias irreais e faz com que eu sinta o peso da realidade. 
 Insônia, ah! Insônia. Carregada de dor em suas entranhas, levando à loucura da sanidade insana de saber o que é possível. E os sonhos são sempre impossíveis. Talvez por isso não durma.
 A imaginação vaga da luz à obscuridade, da alegria à tristeza, e o que sobra e só incerteza. Vãs ilusões, sombras do que poderia ter sido e do que poderia ser, nenhuma clareza
 Não é para entender, não é para diferenciar, não há expressão para parafrasear. Há o nítido embaçamento de tudo o que é bom e tudo o que é ruim, pois não existe nenhuma linha tênue que os separe.
 É delicadeza e brutalidade, pureza e obscenidade, é excesso. Excesso do que é bom e do que é ruim, excesso, sufocante.
 Sortilégio e contestação.

É assim...







  Morro porque a morte também é vida, porque a amargura se torna doce, porque a eternidade é uma ilusão, porque a tristeza é pura e inocente, porque a verdade é fatal.
 O sangue corre pelas entranhas e escorre vermelho-rubro pelos pulsos, a lágrima é o riso da desesperança, é a compaixão estremecida da realidade alheia. É o fundo do poço, mas ainda cavo.
 Porque não há como reerguer, como cristal que não cola, como viver é violar outras vidas, como a calma é a letargia da solidao. A visão que vê o ser, o sofrer e a depressão, a escuridão da alma suja, a água podre que se dá aos que tem sede.
 É a mentira, porque tudo não passa de uma mentira. A grande mentira da busca que se perde por não haver perfeição. É a imundice do corpo nu e dos olhos vendados, alarmados, cantando a verdade, explodindo de vontade.
 O desejo cru. O beijo selvagem. O gosto. A tentação. A respiração. O coração sem ritmo, à beira do abismo, pronto para pular. Se esquiva, salta, dança, gaba da própria má sorte. Forte. E inócuo. Profundo porque é vazio. Arisco. Condenado à morte.
 Morro. Porque não vivo. Por não querer saber como seria se não fosse...