quinta-feira, 14 de julho de 2011

Camarim





 Eu vivo de amores platônicos, de laços desamarrados e árvores sem raízes. Eu vivo do vento que não tem direção, eu vivo da ilusão que preenche o ar de agonia e perdão.
 Vivo do temor do nada e de esperar coisa alguma. Vivo de paixões inatas e de verdades desconhecidas. Vivo de procurar a escuridão para poder enxergar com clareza, vivo das mentiras que me certificam das minhas incertezas.
 Respiro fumaça e tomo banho de lama, me escondo na multidão e me exponho em casa. Me rasgo com risos, me cicatrizo com lágrimas; me cubro de gozo, me deleito de jubilo.
 Me visto de virtude apenas para me despir.





3 comentários:

  1. http://devaneiosdeum.blogspot.com/2011/07/carpe-diem-hakuna-matata-chame-do-que.html

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  2. Não sei se sou eu que canto e é você quem escreve,
    Não sei se é você quem fala e toca como se deve...
    Não sei se é você que me espanta,ou que me ferve.
    Ou que me contradiz,como um sagaz fogo na neve.

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