segunda-feira, 28 de junho de 2010

Frase da noite

"A vida não é composta por causas, ela é o resultado das consequências"
"Um dia ainda me lanço e alcanço o infinito de um abraço um laço apertado e profundo e amasso em descompasso a solidão do mundo porque eu tenho a vastidão do orgulho porque não é preciso que você venha comigo este é o meu caminho e eu vou fazê-lo sozinha."


Uma poesia...



Foram-se os sonhos,
mas os meus devaneios continuam aqui.
Por vezes mais vivos que eu,
por vezes com mais vontades que eu,
e agora mais fortes que eu.

E o mundo gira,
mas eu permaneço parada, estagnada,
nos mesmos erros.

Pois os fantasmas,
belos fantasmas do passado que,
outrora fizeram-sorrir,
hoje fazem-me apenas penar,
em um círculo loucamente vicioso,
misturando o prazer e o choro
enchendo de culpa o ardor.


Traga!



 Traga! O sopro da vida. Que vida?
 Traga! Arde o pulmão, tô meio sem chão. Traga! Traga! O ar se foi. Traga! Quem precisa de ar?
 Traga! Do riso à lágrima, da lágrima ao riso. Traga! Quanto sorriso, risada, dói, dói, arde o diafragma. Traga!
 Traga! Para com essa fumaça!!!
 Trago e não paro! Não quero, não posso, eu preciso.
 Traga! Porque não quero ouvir "eu te amo". Traga! Mas espero ouvir "é benigno". Traga! apaga.


The Libertine

 Observar as pessoas é algo realmente decepcionante, a forma que julgam, a forma que agem, a forma que se contem ou como são capazes de fazer certas coisas, todas essas normas sociais nos deixam por tempos tão confusos que somos obrigados – e todo mundo faz isso um dia na vida – a parar e refletir em como queremos morrer.
Ah sim! A morte! Palavra deveras assustadora, o ser humano tem por tradição viver como se nunca fosse morrer e morrer como se nunca tivesse vivido.
Foi exatamente isso que pensei com esse filme, pensei sobre a minha morte. Convido-os a vê-lo e refletir comigo.





O Libertino conta a vida de John Wilmot, conhecido como conde de Rochester. Ateu, poeta, alcoólatra, casado e detentor de muitas amantes. Amado, odiado, invejado, exaltado e humilhado, tantas reações a uma pessoa só, parece até mentira.
Viveu desregradamente, cheirando a álcool e sexo, libertino, sedutor, honesto. Não agia de forma a agradar as pessoas, nem ao seu amigo: o rei. Vivia somente, via a malícia até naqueles que a escondia em seu pudor. Criticou sem pensar nas conseqüências, aliás, fez muitas coisas sem parar para pensar nisso, e isso foi o seu pezar.
Vocês sabem, não são todas as verdades que são para todos os ouvidos, mas ele, ele não ligava para isso.
Sua historia faz refletir sobre o que é vida, o que é viver, o que é pleno. Seria aproveitar tudo que nos é oferecido deliberadamente? Ou seria mais certo controlar nossos impulsos e garantir a velhice? Então temos uma encruzilhada, viver muito e morrer como um santinho que seguiu as regras ou viver pouco, porém viver?
Não, não são só essas perguntas que pairam na minha mente agora, madrugada adentro me pego pensando o que é viver realmente? É só aproveitar os prazeres do corpo, da carne, dos sentidos palpáveis ou viver seria sentir o que é inexplicável?
John Wilmot conheceu como ninguém os prazeres que nos provocam os sentidos, ele seguiu seus impulsos e provou suas dores, mas um dia ele conhece aquele sentimento que por respeito as minhas convicções eu não o denomino e disse a Lizzie que nunca a perdoaria por tê-lo feito gostar da vida.
Talvez a vida seja apenas o misto de prazer e dor, algumas dores trazem prazer e na hora que sentimos prazer nossas feições faciais se assemelham as feições tomadas na dor. É triste pensar dessa forma, que não há verdadeiramente uma felicidade plena, a vida – como me disse meu menininho certa vez – é um paradoxo, um misto de duas faces totalmente opostas, e quem sabe a nossa vida seja somente encontrar o equilíbrio.
John nem se deu ao trabalho de procurá-lo, mas como o próprio diz “Toda experiência tem seu preço”, cabe a cada um de nós decidirmos o preço que queremos pagar, cabe a cada um decidir se realmente quer tentar atingir o equilíbrio, e se não quiser, decidir para que lado irá pender: Yin ou Yang.
A tão sonhada felicidade parece apenas mensão de tolos, pois se a vida é composta por tais paradoxos é impossível sentir a alegria sem a tristeza, impossível sentir-se completo sem antes sentir o vazio, e vice-e-versa. John pode ter nunca sido feliz em seus extremos, mas quem aqui já foi feliz?
Chego assim em uma humilde conclusão: só sofrem aqueles que buscam ou sonham com a felicidade, pois quem não a procura não se desilude e o que é o sofrimento senão a desilusão de não ver suas vontades concretizadas?








"Serei um cão, um macaco ou um urso,
Tudo menos aquele animal vaidoso
Que se vangloria tanto de ser racional."
(John Wilmot)

...

 O Sofrimento e a felicidade são ilusões. Nunca percebeste que quando você consegue o que quer o sabor acaba? A magia se dissipa, é como se tudo tivesse acabado.
 Eu consegui! Eu consegui! Você grita. Mas e daí? E agora?
 A vida deve ser somente a escada, quando se chega ao topo não há mais o que subir, o que lutar por, o que sonhar, o que viver.
 Por isso a vida é complexa e viver é difícil. Não há contentamento, não há o "suficiente".





"A realização dos seus sonhos pode ser seu pior pesadelo"

PESSOAS...

Engraçadas são as pessoas. Cada uma singular na sua pluralidade. Cada uma cometendo seus próprios atos partindo de um conceito comum. Chamam isso de personalidade.



Trágicas são as pessoas. Condenando uns aos outros e inocentando-se dos mesmos erros. Chamam isso de exceção.


Fáceis são as pessoas. Admirando no outro aquilo que lhes faltam. Chamam isso de dom.


Loucas são as pessoas. Invejando aquilo que não as pertencem e que em suas pequeninas mentes nunca poderão lhes pertencer. Chamam isso de sorte.


Levianas são as pessoas. Atiram-se nos mesmos erros sem perspectiva de mudança. Chamam isso de caráter.


Preguiçosas são as pessoas. Reclamando muito e fazendo pouco. Chamam isso de atitude.


Crédulas são as pessoas. Sempre culpando outros pelas suas próprias desgraças. Chamam isso de inocência.


Mágicas são as pessoas. Sempre fazendo aquilo que já era esperado. Seguindo religiosamente o traçado do caminho "natural". Chamam isso de vida.

Loucura

Somos todos loucos, loucos inconpreendidos. Das nossas loucuras nasce nossa diversão e da incompreensão alheia, nossos defeitos.
 Defeito, mania, sandice, adjetivos usados para nomear nossas diferenças. Me pergunto: se somos tão diferentes uns dos outros, por que se quer tanto que sejamos iguais? É mais difícil igualar-se do que respeitar, e isso não parece tão claro.
 Frequentemente chamamo-nos uns aos outros de loucos, somos assim mesmo incapazes de assumir nossa própria anormalidade? Afinal já não sei o que é normal, se é que há - ou já houve - tal definição.
 Existe, a meu ver, um padrão idealizado e como tudo o que é idealizado só é possível de existência na nossa imaginação, a vida não é como os filmes e nos não somos personagens com falas e ações milimétricamente pensadas e ordenadas.
 Talvez o conflito da insanidade venha da falta de entendimento entre as pessoas, a lógica inventada que não nos deixa entender por que o outro não quer aquilo que buscamos com tanto afinco. As oportunidades se mostram deveras injustas nesse ponto e é loucura alguém recusar o que agarraríamos com unhas e dentes.
 Loucura e normalidade se apresentam assim como termos vãos, todos sabem o que é, porém de acordo com seu próprio ponto de vista.
 Sim, sim. Tu dirá que é loucura o que escrevi, e o é, como todas as ações naturais feitas por todos os seres desde quando o mundo é mundo. Desde quando mundo é mundo? Não sei.
"O que tenho agora não passa de pensamentos confusos, que se dobram e desdobram em letargia profunda. Misturados a uma solidão sem canto e à imensidão sem sonhos, a ilusão que se foi junto com o meu sorriso.
 Desaparecidos no abismo estão o amor, o sorriso e os sonhos, deixaram - no entanto- lágrimas de profundo desencanto, roucos soluços de desejo em silêncio, atônito.
 Faço mensão de gritar, me calo.
 Faço mensão de sonhar, não durmo.
 Faço mensão de sorrir, mas apenas amo.
 As pessoas são feitas de camadas.
 Ninguém é tão bom ou ruim, impossível ser completamente santo ou maléfico. Todos guardam algo, talvez a mil chaves, que ninguém jamais saberá.
 Quando temos a primeira impressão de alguém não imaginamos nem um terço das coisas que essa pessoa é capaz de fazer, e então vamos descobrindo aos poucos, ao longo dos dias, mas sempre há algo que será - pelo menos para nós - eternamente secreto, pois o que é a vida sem os segredos?
 O segredo é o sal da vida. Por isso você não pode ser rotulado pelo que fala e todos escutam, pelo que veste e todos veem. Você é o seu desejo mais íntimo, você é o que ninguém vê, o que ninguém escuta, o que ninguém pode saber.
 Somos todos uma fraude de um sistema absurdo. Escondemos nossas vontades e assim até modificamos nossa verdadeira forma e nos tornamos o que mais tememos.
 Somos frutos do mesmo erro, condenando uns aos outros sem saber onde e com quem está a verdade.
 O homem é o lobo do homem, e a fera, e o vírus e os vermes tambem. Contaminamos o mundo.
 Dizemo-nos felizes mesmo presos a uma rotina sufocante. Por que? Porque nossos inimigs não podem saber que não estamos bem, e os amigos também não.
 Buscamos um deus? Ainda falamos em deus? Apenas falamos numa fuga, numa desculpa para todas as nossas desgraças. O mal e o bem usam a mesma história para justificarem os seus atos, porque no fundo, no fundo mesmo, somos igualmente animais só que cada um se alimenta da sua própria verdade.