E de repente o tempo parou de passar, meus sentidos se entorpeceram, e era só eu e o vento, perdidos. Não estávamos jogados e muito menos tínhamos encontrado algum abrigo.
Era só o tempo que tinha parado, assim, sem aviso. Passado, presente e futuro, estagnados no mesmo instante. Era só o coração que martelava novamente, totalmente fora de mim.
E de repente eram memórias que voltavam a me assombrar, era a pele que queimava e o ar que sufocava e o tremor que me consumia.
Era só a memória do que tinha sido e do que não fora. E o cheiro de bolo de fubá com queijo e erva doce, que se expandia através da música e calidamente reconfortava.
E de repente a pulsação era mais forte que o vento, mais veloz que o tempo, mais assombrosa que a memória.
E é que de repente era vida, a cada segundo consumida, sem rumo, inconsequente, displicente, vida.
Era só vida...
Era só vida...
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