Dizem que sou louca, que não me importo com nada e que meu comportamento é autodestrutivo. Dizem que eu deveria ser mais discreta, que eu devia pensar antes de fazer, que eu devia me preservar. Dizem que eu sou mau caráter, baladeira, que só gosto de farra e sou infiel. Dizem um monte de coisas sobre mim, todos tem razão, todos estão errados.
Eu não sou maluca, o mundo que é. Eu me importo com as coisas, mas vivo no meu próprio tempo. Meu comportamento não é autodestrutivo, só tenho vícios prejudiciais e insatisfatórios.
Eu não preciso ser discreta, nem preciso pensar, muito menos me preservar. Não nasci para me esconder atrás de máscaras, não nasci para fazer tipo de boa moça, nem nasci para gostarem de mim ou me admirarem.
Estou no mundo para vivê-lo, senti-lo e curtir tudo aquilo que ele pode me oferecer. Então não me venha com seus julgamentos pré-moldados de boa conduta, não me enquadre nos seus conceitos de certo ou errado, não me diga que irei queimar no fogo do inferno pelos meus pecados.
Minha pele já queima com teu olhar hipócrita, com sua necessidade exarcebada de conter seus desejos e controlar seus impulsos. Meu corpo já inflama com a minhas vontades, e minha breve vida será sim gasta pra saciá-las, porque deste mundo, meu bem, a gente não leva nada.
A neblina da noite guarda todos os desejos e pensamentos mais obscuros, porque é só à noite que nos sentimos livres para nos rendermos as nossas emoções. A noite traz a magia perdida, por guardar a falsa esperança de que amanhã será um outro dia...
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Uma Música!
Certa noite me mandou uma música e me perguntou como eu me sentia. Ouvindo aquela música me sinto como uma criança cheia de sonhos e esperanças. Ouvindo aquela música relembro pequenos momentos de felicidade. Ouvindo aquela música me recordo de cheiros, gostos e sensações. Ouvindo aquela música sinto a leve impressão de saber quem sou. Eu posso tudo, ouvindo aquela música.
Mergulhado na melodia e me perdendo na letra eu posso ver o céu azul com esparsas nuvens brancas, eu toco nas margaridas e observo o movimento dos girassóis, eu corro incansávelmente do nada pra o nada, respirando sem precisar de nenhuma ilusão. Enquanto percorro os acordes as borboletas pousam em minhas mãos. Tudo isso acontece enquanto estou ouvindo aquela música.
Eu percorro o passado e me lanço no futuro e me esqueço do pesado e sufocante presente. Ouvindo aquela música eu controlo a máquina do tempo, eu traço o meu destino, eu encontro o paraíso, eu tenho paz. E tudo isso é tão viciante que não paro de ouví-la mais.
"This world can really be too much
I can't take another day
I guess that I've just had enough
My minds slipping far away
I'm falling in and out of touch
Could someone please explain?"
...Desliga-me...
O que fazer quando você sente que já viveu tudo o que tinha para viver?
O que fazer quando você já não sabe se a loucura é sua ou é do mundo?
O que fazer quando você já não sabe mais o que quer ou o que deve fazer?
A vida se assemelha a um turbilhão de sensações que me levam a devaneios com essência de medo, entre o calor e o frio, entre a verdade e a mentira, entre o real e o irreal, de forma que a fantasia e a realidade formam a simetria de uma mesma face.
Tudo é tão efêmero e imutável, com a distinta capacidade de repetir-se em variadas formas, e eu já cansei de tanta repetiçao. Não sei se é o mundo que não tem lugar para mim ou se sou eu que não me abro ao mundo.
Tantas coisas já se passaram, tantos risos e tantas lágrimas, já senti o suficiente, não há mais nenhuma experiência que eu queira viver, a não ser as que oferecem riscos extremos.
Se um dia compreenderei ou serei compreendida não sei. Por enquanto quero só me desligar. Ninguém mais se cansa de viver? Ninguém mais se cansa de se mostrar e se esconder? Ninguém mais?
Todos ainda tem esperança? Eu já não consigo mais imaginar que tudo algum dia poderá ser diferente. Por agora, tenho apenas um pedido: desliga-me.
domingo, 1 de agosto de 2010
...
Fechar os olhos e ver seu rosto
em minha língua o teu gosto
no meu corpo o seu suor.
A sua voz, minha melodia
teu cheiro, minha companhia
inebriando tudo ao meu redor.
Em minha mente a sua imagem
confrontando a minha vontade
de ser para sempre, sempre nós.
E pensar que tudo o que existe
é minha imaginação, sozinha e triste
a sonhar...
com o toque da tua boca
que chego até a ficar louca
com a distância entre nós.
Me nego a ver a verdade
de não conhecer-te na realidade
conhecendo bem como eu só.
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